Verdade ou mentira. E quando as palavras machucam e fazem mal?

Em tempos de redes sociais, em que os vídeos e as fotografias são manipulados e, muitas vezes, não conseguimos identificar se uma informação é verdadeira ou falsa, nos ascende um alerta: e quando as palavras, verdadeiras ou mentirosas, nos machucam e nos fazem mal?

Muita gente busca ajuda de um serviço de saúde mental ou profissional psi, porque se sente machucado por algo que, porventura, possa ter sido dito em algum momento de sua vida, fosse uma verdade ou uma mentira, não importa! Machucou. E se machucou, muitas vezes esses ditos causam algum tipo de estrago emocional e sofrimento psíquico para quem os ouve. 

Não é difícil para ninguém recordar em sua história pessoal, alguma palavra dura que possa ter vindo de uma pessoa amada, um familiar estimado, como por exemplo, um pai ou mãe e etc. A palavra que machuca pode vir ainda de um chefe ou de um amigo querido, pouco importa! A questão é que, sim, palavras (mal)ditas podem causar muito estrago!

Mas e ai, como lidar com isso?

Independentemente do que foi dito ser verdadeiro ou falso, existem muitos ditados populares, ou do senso comum, que nos revelam sobre a severidade do (mau) uso das palavras. Você já deve ter ouvido falar alguns desses ditos sobre a mentira:

  • “Uma mentira contada mil vezes, se torna uma verdade”
  • “Mentira tem perna curta”
  • “O dinheiro cala a verdade e compra a mentira”
  • “Tempo de guerra, mentira por mar e por terra”
  • “São necessárias muitas mentiras para sustentar uma”
  • “É bom mentir, mas não tanto”
  • “Meia verdade é sempre uma mentira inteira”

Sobre a verdade, existem esses também:

  • “Onde falecem as verdades, prevalecem os enganos.”
  • “Quem diz a verdade, não merece castigo.”
  • “Nem todas as verdades são para serem ditas.”
  • “A verdade é manca, mas chega sempre a tempo.”
  • “A verdade, ainda que amarga, se traga.”
  • “A verdade é dura nos vícios e doce nas adversidades.”
  • “A verdade com o tempo se descobre.”
  • “A verdade existe, só se inventa a mentira.”
  • “A verdade pode ser combatida, mas não vencida. ”
  • “A verdade dispensa enfeites.”
  • “Onde há verdade, não há dificuldade.”
  • “Compra a verdade, mas não a vendas.”
  • “O sol da verdade tem seus dias e suas noites.”
  • “Calar a verdade é enterrar ouro.”
  • “A verdade contenta-se com poucas palavras.”
  • “A verdade só se envergonha de estar oculta.”
  • “A verdade é clara; a mentira é sombra.”

Concordando ou não com qualquer um desses ditos populares sobre a mentira ou a verdade, o que realmente é preciso deixar claro é que, as palavras nos marcam de um jeito ou de outro. 

 

Uma palavra de afago (bem)dita, é capaz de nos fazer levantar de um dia duro, em que pensamos desistir de tudo! Ou ainda, uma palavra que nos corrige ou nos confronta a enxergar a vida com responsabilidade, mesmo que dura, pode também produzir um efeito poderoso, que nos faz encarar os desafios e corrigir as rotas equivocadas, que fazem mal!

De um jeito ou de outro, é sempre bom cuidar das palavras! E aqui há uma revelação: qualquer palavra que possa ter sido dita no passado de maneira ruim, ou que machucou, poderá ser introduzida em nossa cadeia significativa de outra forma. Não precisamos seguir as palavras, boas ou más, dos outros para nós. Porque apenas nós mesmos, somos capazes de medir o quanto uma palavra direcionada a nós tem um efeito positivo ou negativo. Mas de um jeito ou de outro, é preciso ter coragem! A coragem pode ser como aquele documento que não tiramos do bolso ou da carteira, porque uma hora ou outra, vamos precisar fazer uso dela. 

Dito isso, coragem! Coragem para duvidar, questionar, e sobretudo, encarar com responsabilidade as palavras que entraram, entram e entrarão na sua vida! Dessa responsabilidade, não há como fugir.

 E aqui, por concluir, vale retomar a célebre pergunta do velho e sábio Mestre de Viena: – “Qual a sua responsabilidade na desordem da qual você se queixa?”

Até o próximo texto!

Texto de autoria de Luísa Fróes – Psicóloga CRP16/1690, Psicanalista, Especialista em Musicoterapia, Psicanálise e Filosofia. Mestre em Psicanálise, Saúde e Sociedade.

 

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